sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Energias Renováveis

No actual cenário do sector energético europeu impera, ainda, a larga utilização de fontes não renováveis de energia[1], sendo evidente a forte dependência face aos países produtores de petróleo. Mas com a actual escalada de preços do petróleo – 30 dólares em 2003, 50 dólares em 2004, 70 dólares em 2005 e tendo já ultrapassado, este ano, os 140 dólares - e a dependência excessiva desta fonte energética, Portugal e a Europa não podem enveredar por outro caminho que não seja o da descarbonização da economia e a aposta nas energias renováveis.
Mas o que são, concretamente, as energias renováveis? As energias renováveis são aquelas surgidas como soluções para diminuir o impacto ambiental e para contornar o uso de matéria-prima que normalmente é não renovável. Nelas incluem-se, nomeadamente, a energia eólica, energia solar, energia biomassa, energia hídrica, energia geotérmica e a energia dos oceanos.
- Energia Eólica: a energia dos ventos que pode ser convertida em electricidade através de turbinas eólicas ou aerogeradores. Para aproveitar ao máximo a força do vento e obter maiores quantidades de energia, o normal é agrupara os aerogeradores em parques eólicos.
- Energia Solar: a energia do sol pode ser convertida em electricidade ou em calor, como por exemplo os painéis solares fotovoltaicos ou térmicos para aquecimento do ambiente ou de água;
- Energia Biomassa: a energia gerada a partir algum material vegetal. através de combustão, gaseificação, fermentação, ou produção de substâncias líquidas.
- Energia Hídrica A energia da água dos rios que podem ser convertidas em energia eléctrica, como por exemplo as barragens;
- Energia Geotérmica A energia da terra (calor que existe no interior da Terra) pode ser convertida em calor para aquecimento do ambiente ou da água ou convertida em electricidade.
- Energia dos Oceanos: A energia das marés e das ondas que podem ser convertidas em energia eléctrica. Actualmente a energia das ondas é uma das formas de energia dos oceanos que apresenta maior potencial de exploração, tendo em conta a força das ondas e a imensidão dos oceanos.

Embora não poluentes, as energias alternativas não estão isentas de desvantagens. É obvio que um complexo hidroeléctrico de grande dimensão ou um parque eólico comprometem seriamente o ambiente das zonas onde estão implantados, tanto mais que para igualar a produção de uma central eléctrica média são necessários aproximadamente 1000 geradores eólicos ou 5Km2 de painéis solares. Por outro lado, algumas formas de captação de energia podem não só não ser economicamente viáveis, como mesmo energeticamente o balanço pode ser negativo.
Neste contexto, parece que no futuro a solução para o problema da energia, passa mais pela procura de um equilíbrio entre os diferentes métodos aplicados a diferentes realidades, do que pela exploração de um método perfeito. Ainda mais importante que procurar novas formas de obter energia, de a aproveitar ou armazenar, é sem dúvida conseguir reduzir os seus gastos. É importante que nos lembremos que sempre que saímos de casa, um autocarro é, energeticamente, seis vezes mais eficiente que o automóvel e que o comboio é três vezes mais eficiente que o autocarro, e que obviamente andar a pé ou de bicicleta é muitas vezes mais eficiente que o comboio.Acima de tudo, o desafio que se coloca está em sensibilizar cada vez mais as pessoas para comportamentos ambientais correctos, nos quais as utilização de energias renováveis assumem um papel fundamental, tanto para mais que Portugal é um dos países europeus que apresenta condições mais favoráveis para a utilização em larga escala de energias renováveis. As razões são óbvias: uma elevada exposição solar, uma rede hidrográfica relativamente densa e uma frente marítima que beneficia dos ventos atlânticos são factores que podem fazer descer significativamente a factura dos gastos energéticos do país.

Luísa Caires, Coordenadora de Desempenho Organizacional da HM Consultores


[1] As fontes de energia não renováveis, como a energia nuclear e a energia obtida através da queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral e gás natural), são as que provêm de materiais consumíveis que não podem ser regenerados, pelo menos a uma velocidade compatível com a da sua utilização.

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