segunda-feira, 14 de julho de 2008

A formação ao serviço da performance organizacional

Portugal encontra-se atrasado em muitos campos, é uma realidade. Todos nós, de uma forma ou de outra, estamos consciencializados para as dificuldades sentidas num país que prima pela inércia dos seus gestores que se remetem ao comodismo do “deixa andar” e do “depois vê-se” negligenciando o planeamento e a tomada de decisões estratégicas. Por outro lado, é frequente “pregar-se” a necessidade de inovar e de arriscar em novos produtos, serviços e mercados, esquecendo porém as empresas que se aventuraram nesse sentido e rumaram ao abismo devido à falta de uma reflexão prévia e de uma estratégia consolidada ou por terem centrando toda a sua atenção no lucro, descurando a performance organizacional e o desenvolvimento sustentável num mercado que se assume cada vez mais competitivo.
São vários os factores que influenciam a performance organizacional – envolvente externa, o aparelho produtivo, a capacidade financeira, etc. – existe, no entanto, um factor que sobressai: o activo humano.
O facto é que as pessoas transferem diariamente os seus conhecimentos e competências na execução das suas tarefas no contexto de trabalho, influenciando a actuação global da empresa. A formação profissional, assume um papel importante como instrumento de desenvolvimento dessas mesmas competências, pois, para além de ser um espaço de aprendizagem e socialização é, também, uma oportunidade de cada um expor as suas ideias, de desenvolver um espírito critico face ao estado actual e de adquirir novas perspectivas assentes na melhoria dos processos anteriores.
Devido às alterações que a economia tem vindo a sofrer, os gestores começam a perceber que apostar nos recursos humanos é tão ou mais importante do que investir em novas máquinas e equipamentos o que se reflecte num visível aumento da procura de serviços de formação. O único problema é que embora se assista à intenção de apostar na qualificação dos trabalhadores existe, ainda, pouco espírito crítico para avaliar a necessidade da formação, assim como, a sua qualidade e consequentes implicações na performance da empresa. Logo, para além de fomentar a aquisição de novos conhecimentos, as empresas devem garantir que estes se encontram orientados para um objectivo específico, nomeadamente no aumento da qualidade dos produtos e serviços prestados ou na melhoria do atendimento ao cliente.
A formação profissional pode não equivaler à totalidade do “bolo” que perfaz uma elevada performance organizacional, no entanto, estou certa que equivale a muitas fatias que “engordarão” as nossas empresas e a mente daqueles que mobilizam os conhecimentos que fazem a diferença!



Vânia Silva, Consultora da Área de Recursos Humanos da HM Consultores

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